O Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), formalmente criado a 8 de maio de 1971, alberga uma área total de 69596 hectares, sendo constituído por vinte e duas freguesias distribuídas pelos Municípios de Terras de Bouro (Distrito de Braga), Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca (Distrito de Viana do Castelo e, por fim, Montalegre (Distrito de Vila Real). Para além de fazer parte da Rede Nacional de Áreas Protegidas, gerida pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, este Parque Nacional constitui, juntamente com o Parque Natural da Baixa Limia-Serra do Xurés, o Parque Transfronteiriço do Gerês-Xurés, criado em 1997, bem como integra a zona núcleo da Reserva da Biosfera Transfronteiriça do Gerês-Xurés, a primeira Reserva partilhada entre Portugal e Espanha criada em 2009. Por último, é de referir ainda que o Parque Nacional da Peneda-Gerês pertence desde 2008 ao PAN Parks, que certifica as melhores áreas naturais da Europa.

O Parque Natural da Baixa Limia-Serra do Xurés, constituído em 1993, situa-se na zona raiana, mais especificamente na região sudoeste da Província de Ourense (Deputación de Ourense), que pertence à Comunidade Autónoma da Galiza. Classificado como Zona Especial de Conservação e Zona Especial de Proteção de Aves pela Rede Natura 2000, este Parque Natural, compreendendo uma área total de 29345 hectares, constitui, juntamente com o Parque Nacional da Peneda-Gerês, o Parque Transfronteiriço do Gerês-Xurés, criado em 1997, bem como integra a zona núcleo da Reserva da Biosfera Transfronteiriça do Gerês-Xurés, criada em 2009. Este Parque Natural é detentor de uma elevada e singular diversidade de flora e fauna, sendo possível observar espécies autóctones, designadamente a vaca cachena. A paisagem deste território revela também um rico património histórico-cultural, marcado por construções pré-históricas (por exemplo, os dólmenes) e visigóticas.

O Castelo de Castro Laboreiro, integrado em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, é uma importante herança do património edificado e cultural da Freguesia de Castro Laboreiro, pertencente ao Município de Melgaço (Distrito de Viana do Castelo), destacando-se na sua paisagem. Esta estrutura defensiva militar foi presumivelmente construída por ordem de D. Afonso Henriques (r. 1112-1143), tendo sido depois reconstruída após um violento temporal, durante o reinado de D. Dinis (1279-1325).

Um dos elementos arquitetónicos que se destacam na paisagem da Freguesia do Lindoso, pertencente ao Município de Ponte da Barca e integrada em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, é o Castelo do Lindoso. Esta estrutura medieval, construída por volta de 1250, durante o reinado de D. Afonso III (1248-1279), foi concebida com o objetivo de defender o vale do Lima, estando próxima da fronteira com Espanha, e foi posteriormente ampliada, no reinado de D. Dinis (1279-1325). Neste Castelo, localiza-se um Núcleo Museológico, cujo espólio é constituído por um conjunto de artefactos recuperados das escavações arqueológicas em torno da área envolvente do Castelo, sendo possível conhecer a sua evolução desde o Neolítico à atualidade.

Classificada como Monumento Nacional desde 2013, a Geira, também denominada por Via Nova ou Via XVIII do Itinerário de Antonino, foi presumivelmente construída no último terço do século I d.C. e ligava Bracara Augusta (Braga) e Asturica Augusta (Astorga) ao longo de 240 milhas romanas (cerca de 318 km). Um dos troços desta Via mais bem conservados encontra-se em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, entre o Campo do Gerês e a Portela do Homem (milhas XIX a XXXIV). Esta estrutura viária, reveladora da genialidade romana ao nível do ordenamento de um território montanhoso, constitui, atualmente, um dos pontos de atração mais interessantes do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Ao longo do seu percurso, é possível observar vários vestígios arqueológicos que atestam a presença romana neste território, designadamente miliários, grande parte epigrafados. Cumpre sublinhar que o Museu da Geira, criado em 2013 e enquadrado no Núcleo Museológico do Campo do Gerês, aborda as técnicas de construção das vias romanas, como também o tipo de transportes utilizados durante o período da ocupação romana.

A Festa do Alvarinho e do Fumeiro de Melgaço realiza-se desde 1995 e atualmente decorre no mês de abril. Tem como objetivo promover os produtos característicos locais, principalmente o fumeiro e os vinhos alvarinhos, dinamizando-se também outras atividades ligadas ao turismo e artesanato. Esta Festa atingiu projeção a nível nacional e transfronteiriça, verificando-se a participação dos vizinhos galegos.

A EcoVia do Vez, organizada e promovida pela Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, é um trilho de acesso gratuito que é possível percorrer a pé ou de bicicleta. Tem como objetivo dar conhecer a singularidade do património natural envolvente dos Rios Vez e Lima, classificados como Sítios de Importância Comunitária da Rede Natura 2000.

Classificada como Bem de Interesse Cultural (Bien de Interés Cultural) desde 1921, a Igrexa Monacal de Santa Comba de Bande situa-se no Município de Bande, pertencente à Província de Ourense, e demonstra a riqueza arquitetónica do período visigótico, tendo sido construída na segunda metade do século VII.

O Ecomuseu de Barroso, aberto ao público desde 2009, tem como principal missão valorizar, preservar e divulgar a memória e o património histórico-cultural das Terras de Barroso, designação atribuída à região composta pelos Municípios de Montalegre e de Boticas, as entidades responsáveis por este projeto. Este Ecomuseu é um museu polinuclear: estão distribuídos por este território vários polos associados ao museu. Todo o trabalho desenvolvido por este projeto obedece à estratégia de desenvolvimento integrado e sustentável do território barrosão. Para além de um programa vocacionado para a educação e sensibilização ambiental, o Ecomuseu de Barroso estimula o espírito comunitário, ou seja, procura envolver as populações locais na preservação das tradições e dos costumes através do seu contributo para a gestão dos respetivos polos do ecomuseu, da dinamização de atividades que visam a transmissão dos saberes tradicionais aos mais novos e, por extensão, os visitantes do território e, por fim, da doação ou do empréstimo de vários objetos, que são conservados e restaurados pelos serviços do ecomuseu para depois serem colocados em exposições permanentes ou temporárias.

A Igrexa de Santa María a Real, classificada como Bem de Interesse Cultural (Bien de Interés Cultural), é um símbolo da expressão da arte barroca na Galiza, destacando-se na paisagem do Município de Entrimo, pertencente à Província de Ourense. A sua construção foi concluída na primeira metade do século XVIII.

Vilarinho da Furna era uma aldeia da Freguesia de São João do Campo, situada no extremo nordeste do Município de Terras de Bouro (Distrito de Braga). Esta aldeia ficou completamente submersa em 1971 pelas águas da Barragem de Vilarinho das Furnas. De forma a preservar e divulgar a memória e a história das vivências do seu povo, foi criado em 1989 o Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna, um projeto desenvolvido pelos antigos habitantes desta aldeia, que, nos finais de 1968, se mobilizaram para recolher e salvaguardar todo o património etnográfico local então ainda existente. O Museu procura retratar as atividades rurais e a vida quotidiana destas gentes. O Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna está integrado no Núcleo Museológico do Campo do Gerês, localizando-se na Porta do Campo do Gerês do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Trata-se de um pato-mergulhador que se distribui pela Europa, Ásia e África. A sua presença é mais comum na Região Sul de Portugal Continental, sendo uma espécie rara no Parque Nacional da Peneda-Gerês, onde nidifica e reside todo o ano. Encontra-se ao abrigo do Anexo II da Convenção de Bona.

Classificada como “Em Perigo” pelo Livro Vermelho de Vertebrados de Portugal e como “Pouco Preocupante” pela Lista Vermelha da União Internacional da Conservação da Natureza, a águia-real (Aquila Chrysaetos) é não só a maior águia que ocorre na Península Ibérica, como também uma das espécies raras possíveis de observar no Parque Nacional da Peneda-Gerês.

O lírio-do-gerês (Iris boissieri) é uma das espécies raras do património florístico do Parque Nacional da Peneda-Gerês, por isso uma espécie de interesse para a conservação, que é possível encontrar nas clareiras de matos secos, sobretudo em zonas rochosas acima dos 1000 metros.